Letícia Lampert: Random City
Na série da designer Letícia Lampert, imagens de lugares diferentes são misturadas, enganando os olhos dos espectadores ao tentar identificar qual é o local. Embora seja evidente a colagem das figuras é difícil dizer onde começa e termina cada imagem. As fotografias destacam tanto cidades que passaram por uma rápida expansão ou períodos de colonização e que, posteriormente, reaparecem em um auto colonialismo espontâneo liderado por tendências da arquitetura e desejos de desenvolvimento.
“No mundo globalizado estariam as cidades se tornando todas as mesmas?” questiona a autora. Colocar em questão a relação entre lugares geográficos, identidades culturais e arquitetura é o tema por trás da obra Randon City. Nela, diferentes lugares são misturados criando uma nova paisagem que confunde o olhar de quem tenta identificar que lugar é retratado na imagem. Letícia morou em Xangai, durante os anos de 2015 e 2016 e ficou surpresa com a arquitetura do local. A paisagem da metrópole chinesa era parecida com a de sua cidade natal, Porto Alegre. “Só conseguia me lembrar daquela tese de que, no mundo moderno, os lugares são todos os iguais, só mudam os nomes dos aeroportos” diz a autora em referência ao romance “As cidades invisíveis”, do Italiano Italo Calvino.
Durante os seis meses em que morou na China, ela começou a misturar pedaços de fotos de Xangai com imagens de Porto Alegre e de São Paulo. Prédios e ruas destas cidades já citadas, assim como de outros centros urbanos como La Paz, Paris e Nova Iorque se misturam sem ser identificados. Nas horas livres, a fotógrafa revisa seu acervo em busca de semelhanças entre as fotos antigas e as novas até encontrar ponto de encaixe entre elas.
Conheça mais sobre o trabalho da fotógrafa: http://www.leticialampert.com.br/
05/11/2019
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