Sebastiano Tomada Piccolomini: Da Vogue para o campo de batalha
Sebastiano Tomada Piccolomini é um jovem fotógrafo que se dedica ao fotojornalismo em zonas classificadas por ele como as “as mais voláteis do mundo”, localizadas, principalmente, no Oriente Médio e na Ásia. O início de sua carreira, entretanto, se deu no campo da fotografia de moda. Ao falar sobre as motivações de sua transição, o fotógrafo é honesto: queria sentir na pele a sensação de estar em guerra.
Nascido em 1986 no Upper East Side, em Nova Iorque, mas criado em Florença, Itália, Piccolomini retornou a sua cidade natal para graduar-se em Estudos de Mídia e Fotografia na Parsons New School for Design. De acordo com ele, foi durante a faculdade que começou a desenvolver seu estilo, focando na fotografia documental e nos retratos. Tão logo se formou, começou a ajudar fotógrafos de moda famosos, como Steven Klein e Mario Testino, mas considerou o meio “patético” e a cena “ainda pior”. Ao relembrar seu desejo na época, afirma que queria “encontrar um nicho, algo atemporal e concreto”. Como a fotografia nas zonas de conflito, algo que sempre o intrigou.
“Eu estava além do curioso para saber qual era a sensação de estar em guerra, como era o cheiro, como era lutar e ser baleado”, recordou, definindo-se, à época, como “jovem e curioso”. Aos 22 anos, passou três meses no Afeganistão. Hoje, aos 26, já tem em seu portfólio a documentação dos conflitos na Líbia, Síria, e as consequências do terremoto de 2010 no Haiti.
Um de seus mais famosos ensaios é The Battle for Aleppo (“A batalha por Aleppo”), publicado no fim de 2012. Em meados de setembro do mesmo ano, o fotógrafo deixou a cidade fronteiriça turca de Kills e teve seu passaporte carimbado em um posto de controle operado pelo Exército Sírio Livre (FSA). Entrou na Síria e, a partir daí, sempre com a ajuda da FSA, fez a viagem de três horas para Aleppo, maior cidade do país e um verdadeiro um campo de batalha na guerra civil entre as forças do presidente Bashar Al Assad e a FSA. Perto de 30 mil pessoas já haviam sido mortas desde o início do conflito, 20 meses antes, e cerca de 100 mil já estavam na fronteira com a Turquia. O que o impressionou, entretanto, e que é evidente em suas imagens, não foi a destruição da cidade em si, mas a determinação do povo em ficar e criar o que Piccolomini expressou como “uma aparência de vida normal em face do caos e da incerteza”.
Sebastiano já recebeu diversas honras, incluindo um prêmio no World Press Photo. Sua lista de clientes inclui as publicações The Sunday Times, Vanity Fair, The New Republic, The Atlantic e Businessweek.
Conheça mais sobre o fotógrafo: https://www.sebastianotomada.com/
03/11/2017
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