Hiroshi Sugimoto: A arquitetura do tempo
Nascido em 1948, o fotógrafo Hiroshi Sugimoto cresceu em Tóquio, no Japão, onde se formou em Políticas e Sociologia. Em 1974, graduou-se no Art Center College of Art and Design de Los Angeles, estabelecendo-se em Nova Iorque pouco depois. Suas fotografias foram fortemente influenciadas pela obra de Marcel Duchamp, bem como os movimentos Dadaísta e Surrealista. Com quase 30 anos de atuação, seu trabalho é marcado por um desejo de mostrar a transitoriedade da vida, o conflito entre a existência e a morte. Nas palavras dele, o tempo é um conceito abstrato que não pode ser mostrado de maneira direta.
Além de aclamado pelas características conceituais e filosóficas de suas fotografias, o uso de câmeras de grande formato e exposições extremamente longas garantiram sua reputação como um fotógrafo de grande habilidade técnica. Em suas imagens, geralmente em preto e branco, paisagens ganham uma atmosfera sombria, objetos pequenos parecem gigantescos, cinemas se transformam em combinações de formas geométricas e pessoas se mostram alheias ao tempo e ao espaço.
Em uma de suas mais famosas séries, Theatres (1978), Sugimoto fotografou salas de cinema e drive-ins antigos dos Estados Unidos, sempre durante a transmissão de um longa metragem. O projetor é a única fonte de luz e, devido a longa exposição, quase sempre equivalente ao tempo de duração do filme, as pessoas e os demais elementos em movimento na sala de cinema não aparecem nas fotos, deixando que a tela luminosa no centro da composição e os detalhes da arquitetura sejam os protagonistas em todas as imagens.
Em 1980, Sugimoto começou a trabalhar em uma série de fotos do mar e do horizonte que mais tarde seria intitulada Seascapes. Uma dessas fotografias, Boden sea, ilustrou a capa de dois álbuns musicais, Claro (2001), do grupo finlandês Brothomstates e No line on the horizon (2009), do U2.
Conheça mais sobre o trabalho do fotógrafo: https://www.sugimotohiroshi.com/
24/01/2012
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